Dar à luz
Eu tô grávida
Grávida- Arnaldo Antunes e Marina Lima
Depois de ler e comentar lá na Márcia a história do saco de arroz; escutar Gisele Bundchen decretar no Fantástico: "TODA MULHER sonha em casar e ter filhos"; ouvir amigas solteiríssimas dizendo: "se não forem mãe até tal idade" elas nem sabem do que são capazes; ouvir Xuxa Meneguel: "a Sacha vive me cobrando um iramãozinho" e más línguas dizem que Sacha foi fruto do reprodutor Luciano Szafir... Coloquei Marina Lima na CD player, cantando "Grávida" e refleti: sou normal. Será?
Essa história de maternidade me encuca. Essa "obrigatoriedade" das mulheres quererem ser mães -algumas vezes a qualquer custo- pelo "simples" fato de ser mulher! Eu respeito quem pensa assim, não discuto- porque é uma discussão do naipe do time de futebol do coração, de religião e de partido político - mas reflito e explico melhor.
Quando penso num rebento- melhor do que catarrento - não consigo desvinculá-lo a um desejo mútuo com a pessoa que fará meus olhos brilharem! Os olhos podem não brilharem eternamente pela outra pessoa - até podem, só que de ódio - mas, na hora da decisão e concepção do filho eles brilharam!
Um filho representa o desejo de continuidade de um amor através da geração de um outro ser, na construção de lar-tradicional ou não-, o saber de dois para gerar um, descoberta de você e do outro naquele serzinho... DOIS pra UM! Sabe?
Claro, há o risco desse desejo mútuo de perpetuar a espécie não ocorrer na minha vida por vários motivos. E hoje - pode ser amanhã eu mude de idéia- não me sentiria menos mulher por não ser mãe.
Minha posição pode ser uma autodefesa misturada com a crença biológica da comunhão para geração de um novo ser. Ou a simples constatação que sou fraquinha e não consigo carregar um saco de arroz por muito tempo!
PS. Por coincidência, há dois textos no Jornal Estado de Minas de domingo 22/01/06, sobre o mesmo tema. Eu juro que escrevi esse antes! :-)
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